Artes Visuales
As Origens da Cidade do Porto
Estou a reorganizar os artigos e as etiquetas do meu blog, de modo a dotá-lo de um manuseio mais fácil para os leitores. Enquanto delineava uma estratégia para este trabalho, que parece muito fácil, mas é uma autêntica dor de cabeça, pensei que precisaria dar mais destaque a uma colecção de fotografias do Jorge Costa, um amigo que encontrei nas minhas lides blogueiras, excelente fotógrafo amador e que teve a amabilidade de ceder uma colecção de fotografias para o Arte&Manhas, quando ele ainda estava a nascer. Ora, este meu amigo é do Porto, e nesta colecção de fotografias existem algumas desta belíssima cidade Portuguesa. Decidi então fazer um artigo sobre esta nobre cidade nortenha e, enquanto pesquisava sobre a região, deparei-me com um artigo, na Wikipédia, sobre as origens do Porto. É pois sobre essas origens, até aos inícios do ano Mil, que irei falar hoje uma vez que achei este assunto fascinante.
A foz do Douro e todo o espaço hoje ocupado pela cidade do Porto é povoado desde os finais da Idade do Bronze. Ao longo destes milhares de anos, e especificamente no último milénio, este pequeno espaço e as suas gentes tiveram um papel fundamental e único na história de Portugal.
Foi ao Porto que Portugal foi buscar o nome, foi do Porto que os exércitos portugueses partiram para conquistar territórios aos mouros, foi no Porto que nasceu o Infante D. Henrique. Foi do Porto que saiu o famoso vinho, tornando a cidade mundialmente famosa, foi no Porto que os Liberais se entrincheiraram para defender os seus ideais da tirania Miguelista e nessa altura a cidade ganhou o título de Invicta.
O Porto terá nascido no morro da Pena Ventosa, literalmente monte dos vendavais, que é uma saliência granítica coroada por uma plataforma de cotas máximas na ordem dos 78 m, rodeada de vertentes de acentuado declive que descem para o rio Douro e para o pequeno rio da Vila. Estas características da topografia e da hidrografia constituíam boas condições defensivas e foram decisivas para que o alto da Pena Ventosa tivesse sido o sítio original da urbe portuense, primeiramente chamada Cale e, depois, Portus Cale e Portucale.”
De 800a.C. até 500 a.C., existem contactos com o Mediterrâneo de populações que viviam no alto do morro da Pena Ventosa;
Entre 500 e 200 a.C. é construído um povoado castrejo de casas de planta redonda e a continuação dos contactos com povos mediterrânicos;
De 200 a.C. a 50 d.C. esta região vive a sua fase de romanização durante a qual o povoado adquire crescente importância, que se revela na função organizativa em relação aos territórios circundantes.
A arqueologia permitiu também encontrar indícios da ocupação da Pena Ventosa nos séculos I e II d.C. e vestígios de uma muralha construída no século III. Pensa-se que o seu traçado fosse idêntico ao da Cerca Velha ou Românica reconstruída no século XII.
No Século IV assiste-se a uma fase de expansão da cidade em direcção ao vizinho Morro da Cividade e à zona ribeirinha, tendo sido encontrados mosaicos romanos do século IV na Casa do Infante.
No final da época imperial o topónimo Portucale abrangia já ambas as margens do Douro e, mais tarde, passou a designar toda a região circundante.
No Século V este território assiste à invasão dos suevos e, em 585 e seguintes, durante o reino visigótico, verifica-se a emissão de moeda em Portucale e a presença de um bispo portucalense no III Concílio de Trento, em 589. A relativa importância do lugar nessa época é comprovada por diversas e significativas moedas dos reis visigodos Leovegildo (572-586), Ricaredo I (586-601), Siúva II (601-603) e Sisebuto (612-620), cunhadas com a legenda toponímica de Portucale ou Portocale.
Em 716, deu-se a invasão muçulmana e a destruição da cidade por Abd al-Aziz ibn Musa. Julga-se, no entanto, que a dominação muçulmana de Portucale, Burtugal, terá sido relativamente breve, pois a povoação parece ter sido atacada, logo por volta de 750, por Afonso I das Astúrias. Durante mais de um século, a região terá jazido ao abandono e quase desabitada. Até à presúria de Portucale pelo conde Vímara Peres em 868, quando se dá início a uma fase de repovoamento e de renovação urbana. A partir daí, Portucale assume grande protagonismo político e militar, com a criação do respectivo condado. Nesta época, o nome Portucale já tem um sentido acentuadamente lato.
No decorrer do ano mil, a terra portucalense viu-se novamente atravessada de lés a lés pela invasão de Almançor, O Vitorioso, cognome de Muḥammad ibn 'Abd-Allah ibn Abū Āmir. Transpondo o rio Douro por uma ponte de barcas expressamente construída, concentrou as suas forças em Portucale, onde se lhes juntaram mais tropas vindas por mar. Daí seguiu para Santiago de Compostela, que também reduziu a escombros.
O renascido burgo vive então uma existência difícil entre invasões de normandos e de sarracenos. As constantes incursões vikings mantêm-se até aos princípios do século XI. Um dos assaltos dos nórdicos deu-se em 1014, nos arredores do Porto, no próprio coração das Terras da Maia, em Vermoim. Ao sul do Douro estendia-se então uma importante comarca guerreira portucalense, a chamada Terra de Santa Maria. O Castelo da Feira, já existente, era o principal núcleo de defesa dessa, então, região estremenha.
Em 1096 dá-se a concessão do governo de Portucale ao conde D. Henrique de Borgonha e a capital desloca-se para o interior. Braga readquire, pela sua posição e pela sua tradicional primazia eclesiástica, um certo ascendente político sobre o burgo de Portucale.
Fonte: Wikipédia
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