I love NY faz 30 anos
Artes Visuales

I love NY faz 30 anos


El recuerda cómo conoció al diseñador norteamericano: "Durante os anos 90, O GLOBO renovou seu projeto gráfico. Para realizá-lo foi contratado o escritório WBMG, de Milton Glaser e Walter Bernard. Por 3 anos houve várias viagens a Nova York para discutir os detalhes do projeto que foi implantado em 1995". El director de arte de este gran diario brasileño tiene una interesante visión de la creación de Milton Glaser que, por estos días, cumple 30 años.

fotoleo (Por Léo Tavejnhansky) Em meados dos anos 70, Nova York vivia um período difícil: estava violenta e suja. A situação era crítica, o turismo estava em declínio e os moradores pareciam não querer cooperar com a cidade. A situação financeira se agravou e deixou Nova York à beira da insolvência.

Com o objetivo de recuperar o turismo e injetar ânimo na população, a Câmara de Comércio do Estado de Nova York apelou para a agência de publicidade Wells, Rich e Green para que fizesse uma campanha para reanimar a cidade e seus valores. Com o refrão "I love New York", uma série de comerciais foi veiculado pela televisão com a participação de celebridades.

Paralelamente, a Câmara de Comércio contatou diretamente Milton Glaser para que fizesse o logo da campanha. Segundo Glaser, a idéia inicial aprovada era apenas tipográfica, com o slogan sobreposto a dois losangos. Glaser não ficou satisfeito com a solução, mas submeteu assim mesmo seu projeto que foi aprovado. Uma semana depois, num táxi, ele teve um estalo e rabiscou a idéia que usa o símbolo do coração substituindo a palavra "love". Bill Doyle, o representante da Câmara relutou inicialmente em fazer a troca, reuniu então novamente os membros da Câmara que aprovaram o projeto.
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O conjunto tipográfico usa a American Typewriter, letra lançada em 1974 pela ITC, que tem as serifas ligeiramente onduladas com cantos arredondados, que harmonizam bem com o coração e criam um efeito distinto, que, reforçado pelo contraste vermelho/preto, tornou o logo inconfundível.

O símbolo se tornou o trabalho mais conhecido de Milton Glaser e desde então é parte integrante da paisagem nova-iorquina.

Quando submeteu a primeira solução à Câmara, Glaser acreditava que após a campanha o logo seria esquecido, mas, ficou animado com a idéia final. E o logo nunca mais deixou de ser lembrado e reproduzido. Foi copiado e parodiado em todo mundo, tornando-se um símbolo pop presente em centenas de objetos, além das campanhas promocionais do estado de Nova York.

"...você trabalha fundamentalmente para que suas idéias ingressem na cultura, embora essa seja uma idéia deveras pequena. De qualquer forma, nenhuma outra coisa que fiz foi tão repetida, talvez por ter sido intrinsecamente tão banal introduzi-la", diz Glaser.

Glaser não recebeu nada pelo trabalho, que ficou 10 anos livre de copyright para que pudesse ser facilmente difundido. Depois desse tempo passou a pertencer ao estado de Nova York, que o licencia comercialmente.

Glaser em evidência há 50 anos

Milton Glaser nasceu em Nova York, estudou na Cooper Union e na Academia de Belas Artes de Bolonha, com Morandi. Ele se tornou famoso logo no início de sua carreira, quando, aos 25 anos, fundou o estúdio Pushpin (em 1954) com os companheiros Seymor Chwast, Edward Sorel e Reynold Ruffins. Foi co-fundador e diretor de arte da revista New York. Realizou exposições individuais no MoMA e no Centro Georges Pompidou. Suas obras fazem parte do acervo de vários museus.

O trabalho de Milton Glaser transita por todas as áreas visuais: ilustrações, projetos gráficos de revistas e jornais; logotipos, embalagens, arquitetura de interiores. Trabalhos de arquitetura incluem o projeto para os supermercados Grand Union e o parque recreativo Vila Sésamo, baseado na série de televisão "Sesame Street".

Dos trabalhos gráficos, outro grande destaque foi o cartaz de Bob Dylan, de 1966, inspirado na silhueta de Marcel Duchamp e na arte persa. Seis milhões de posters foram impressos. Mas nenhum trabalho teve o impacto e a repercussão do "I u NY" em recuperar a confiança dos cidadãos de Nova York na sua cidade e na divulgação dela mundo afora.




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