Miguel Torga
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Miguel Torga


Miguel Torga, cujo verdadeiro nome era Adolfo Correia Rocha foi um escritor português natural de São Martinho de Anta, Vila Real. Nasceu em 12 de Agosto de 1907 e viria a falecer em Coimbra a 17 de Janeiro de 1995. De origem rural e humilde, a sua infância foi dura, facto que lhe deu uma consciência da realidade do campo, sem bucolismos, feita de trabalho árduo e contínuo. Após uma breve passagem pelo seminário de Lamego, emigrou com 15 anos para o Brasil, onde durante cinco anos trabalhou na fazenda de um tio, em Minas Gerais. Foi capinador, apanhador de café, vaqueiro e caçador de cobras. Regressou a Portugal em 1925 e concluiu o ensino liceal iniciado em Leopoldina, onde se destacou como um aluno brilhante. Em 1928 entrou para a Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra e conclui o seu curso em 1933. Exerceu a profissão de médico em São Martinho de Anta e em outras localidades do país, fixando-se definitivamente em Coimbra, como otorrinolaringologista, em 1941.


Ligado inicialmente ao grupo de escritores da revista Presença, dele se desligou em 1930, fundando nesse mesmo ano, com Branquinho da Fonseca a revista Sinal, da qual seria publicado apenas um número. Em 1936, lançou a Manifesto, que também teria uma duração breve.

Toda a obra de Torga tem um carácter humanista. Criado nas serras transmontanas, entre os trabalhadores rurais, assistindo aos ciclos de perpetuação da Natureza, Torga aprendeu o valor de cada homem, como criador e propagador da vida e da Natureza: sem o homem, não haveria searas, não haveria vinhas, não haveria toda a paisagem duriense, feita de socalcos nas rochas, obra magnífica de muitas gerações de trabalho humano. Ora, estes homens e as suas obras levam Torga a revoltar-se contra a Divindade Transcendente a favor da imanência: para ele, só a humanidade seria digna de louvores, de cânticos, de admiração: (hinos aos deuses, não/os homens é que merecem/que se lhes cante a virtude/bichos que cavam no chão/actuam como parecem/sem um disfarce que os mude).

Para Miguel Torga, nenhum deus é digno de louvor. Na sua condição omnisciente é-lhe muito fácil ser virtuoso, e enquanto ser sobrenatural não se lhe opõe qualquer dificuldade para fazer a Natureza - mas o homem, limitado, finito, condicionado, exposto à doença, à miséria, à desgraça e à morte é também capaz de criar, e é sobretudo capaz de se impor à Natureza sem a macular, tal como os trabalhadores rurais transmontanos impuseram a sua vontade de semear a terra, aos penedos bravios das serras. E é essa capacidade de moldar o meio, de verdadeiramente fazer a Natureza mau grado todas as limitações de bicho, de ser humano mortal que, no olhar de Torga fazem do homem único ser digno de adoração.

Considerado por muitos como um avarento de trato difícil e carácter duro, Torga foge dos meios onde se movem as elites pedantes, mas dá consultas médicas gratuitas a gente pobre e é referido pelo povo como um homem de bom coração e de boa conversa.

Torga era conhecido popularmente nos meios intelectuais de Coimbra como o rei dos chatos.

Contista exímio, romancista, ensaísta, dramaturgo, autor de mais de 50 obras publicadas desde os 21 anos, estreou-se em 1928 com o volume de poesia Ansiedade. Também em poesia, publicou, entre outras obras, Rampa (1930), O Outro Livro de Job (1936), Lamentação (1943), Nihil Sibi (1948), Cântico do Homem (1950), Alguns Poemas Ibéricos (1952), Penas do Purgatório (1954) e Orfeu Rebelde (1958). Na ficção em prosa, escreveu Pão Ázimo (1931), Criação do Mundo. Os Dois Primeiros Dias (1937, obra de fundo autobiográfico, continuada em O Terceiro Dia da Criação do Mundo, 1938, O Quarto Dia da Criação do Mundo, 1939, O Quinto Dia da Criação do Mundo, 1974, e O Sexto Dia da Criação do Mundo, 1981), Bichos (1940), Contos da Montanha (1941), O Senhor Ventura (1943, romance), Novos Contos da Montanha (1944), Vindima (1945) e Fogo Preso (1976).

É ainda autor de peças de teatro (Terra Firme e Mar, 1941; O Paraíso, 1949; e Sinfonia, poema dramático, 1947) de volumes de impressões de viagens (Portugal, 1950; Traço de União, 1955) e de um Diário em dezasseis volumes, publicado entre 1941 e 1994. Notável pela sua técnica narrativa no conto, pela expressividade da sua linguagem, frequentemente de cunho popular, mas de uma força clássica, fruto de um trabalho intenso da palavra, conseguiu conferir aos seus textos um ritmo vigoroso e original, a que associa uma imagística extremamente sugestiva e viva.

Várias vezes premiado, nacional e internacionalmente, foram-lhe atribuídos, entre outros, o prémio Diário de Notícias (1969), o Prémio Internacional de Poesia (1977), o prémio Montaigne (1981), o prémio Camões (1989), o Prémio Vida Literária da Associação Portuguesa de Escritores (1992) e o Prémio da Crítica, consagrando a sua obra (1993). Em 2000, é publicado Poesia Completa.

Fonte: Wikipédia





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